Lag Baômer celebra a vida e os ensinamentos de dois dos mais notáveis Sábios na história judaica, Rabi Akiva e Rabi Shimon bar Yochai. É também o dia festivo mais especialmente associado à Cabalá, a "alma" ou dimensão mística do Judaísmo.
Lag Baômer significa "o 33º do Ômer," pois este é o 33º da "Contagem do Ômer" com a duração de 49 dias, conectando Pêssach a Shavuot. No calendário judaico, este corresponde ao 18º dia do mês de Iyar; no calendário civil, cai este ano (2014) no domingo, dia 18 de maio.
As sete semanas entre Pêssach e Shavuot são uma época de antecipação e preparação, durante a qual refazemos os passos da jornada dos israelitas do Êxodo até o Monte Sinai. Como fizeram nossos ancestrais há mais de 33 séculos, contamos estes 49 dias e refinamos os 49 sefirot ("atributos" ou características da alma) associados a eles.
Porém as semanas de Ômer são também um tempo de tristeza. Não se realizam casamentos durante este período; como enlutados, não cortamos o cabelo ou apreciamos o som da música. Pois como o Talmud nos diz, foi neste período que milhares de eruditos de Torá, discípulos do grande Rabi Akiva, morreram numa peste, porque "não se conduziram com respeito um pelo outro."
Certo dia, entretanto, destaca-se uma ilhota de alegria nestas semanas melancólicas. Em Lag Baômer, o 33º dia da Contagem do Ômer, as leis proibindo o júbilo durante o período são suspensas. As crianças saem em paradas e passeios, brincam com arcos e flechas, e o dia é assinalado como uma ocasião festiva e cheia de alegria.
Há duas razões para este júbilo. Uma é que a peste que irrompeu entre os discípulos de Rabi Akiva cessou neste dia. Uma segunda razão ser o aniversário de falecimento de Rabi Shimon bar Yochai, cujos ensinamentos introduzem uma nova era na revelação e disseminação da dimensão mística da Torá, conhecida como a "Cabalá." Lag BaÔmer, o dia no qual a obra da vida de Rabi Shimon atingiu seu apogeu de perfeição, é celebrado como a festa da alma esotérica da Torá.
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