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Selichot
O que é: São Preces de Perdão que costuma-se fazer nos dias que antecedem Rosh Hashaná. O mês de Elul é comparado a um período em que o Rei, sempre confinado em seu palácio, sai ao campo e está mais próximo e acessível ao povo. Do mesmo modo, D’us, o Rei do Universo, neste mês está mais próximo de Seu povo e aceita e condece seus pedidos. Para isto é necessário haver uma preparação sincera através de um balanço espiritual, uma reflexão profunda sobre nossos atos passados a fim de corrigir nossas falhas e tomar boas resoluções para o ano que se aproxima.
Inicia-se: Uma semana antes de Rosh Hashaná
As primeiras Selichot são lidas na noite de sábado, precedendo Rosh Hashaná, geralmente logo após a meia-noite. Se o primeiro dia da festa coincidir com uma segunda ou terça-feira (jamais pode ser num domingo, quarta ou sexta-feira), as Selichot são iniciadas uma semana antes.
Como merecer o perdão
Minha alma é Tua e [meu] corpo é Tua obra, portanto tem piedade de Tua própria obra. Sim, a alma é Tua e o corpo é Teu, ó D’us, age pelo bem de Teu grande Nome.
(Selichot)
Como podemos merecer o perdão de D’us? Arrependendo-nos sinceramente dos erros cometidos, e tomando a resolução de não repeti-los.
Mas como essas promessas logo são esquecidas, devemos fazer mais que apenas tomar resolucões. Devemos tomar uma atitude para impedir-nos de transgredir a Divina vontade.
Se pudermos reconhecer que somos a bela obra de D’us, como de fato somos, esta percepção pode nos impedir de fazer coisas que estão abaixo de nossa dignidade.
Rezemos, então, para que possamos saber quem somos e o quê somos, pois esse conhecimento pode orientar nosso comportamento, e então poderemos merecer o perdão.
Costumes
Tsedacá
Aumenta-se diariamente a doação para caridade.
Shofar
Durante todo o mês de Elul, o shofar é tocado diariamente, exceto no shabat e na véspera de Rosh Hashaná.
Saudações
Desde o início do mês de Elul saudamos amigos e familiares com o voto de Ketivá Vechatimá Tová, "que sejam inscritos e selados para um Ano Bom".
Salmos
O Salmo 27 é adicionado às orações diárias da manhã e da tarde.
Cemitério
Nos dias que antecedem Rosh Hashaná, costuma-se visitar os túmulos de parentes para solicitar que intercedam perante D’us, a nosso favor.
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Vamos ver o que acontece com o cão amigável, quando ele ouve o shofar no mês de Elul, do Rabino Benjamin Tsipel, Rabino emissário Chabad em Salt Lake City, Utah.
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O termo Elul significa introspecção, ou seja, voltar-se para o interior de si mesmo e ponderar sobre o sentido da vida, procurando se auto-analisar em relação à maneira como proceder no decorrer da mesma. É exatamente durante este mês, que marca o fim de um ano de existência e a proximidade de um novo ano, que o ser humano deverá se recolher em meditação, examinando seus atos e arrependendo-se sinceramente dos erros cometidos.
Através dos ensinamentos chassídicos, o Baal Shem Tov, fundador da Chassidut, afirmou que o homem pode e deve servir a D'us. Qual seria a maneira mais fácil de consegui-lo? Imaginemos uma usina geradora de eletricidade, cujos fios estão a ela ligados através de uma variedade de dispositivos.
Para que se possa estabelecer uma conexão com a referida usina, torna-se necessário acionar o botão que faz com que o seu contato com a usina consiga transformar uma vida de desespero e aflição, em harmonia e felicidade. Esta relação é, às vezes, imprevisível; ninguém sabe de imediato como ela se processa.
Da mesma maneira, as vezes basta apenas uma simples palavra para conseguir revelar a fonte de uma alma judaica. Este foi o trabalho de Baál Shem Tov: despertar em cada um, desde o mais humilde, seu potencial de servir a D'us e amar seu próximo.
Rabi Shneor Zalman, o primeiro Rebe do movimento Chabad-Lubavitch, por sua vez, demonstra a maneira de se estabelecer esta ligação. Afirma ele, que este mundo representa um degrau a mais, o último na longa cadeia das esferas. Quando um judeu ativa sua centelha Divina e se une a D'us através da oração, do estudo da Torá e do cumprimento das mitsvot, preceitos, poderá desencadear alterações no mundo físico, acima de qualquer previsão. E este poder de transformar não é privilégio de um só judeu, mas de todos.
Essas duas personalidades, nascidas no dia dezoito deste mês, número que corresponde à palavra "chai" ("vivo", usado no sentido de "vida"), quiseram e conseguiram, através de seu exemplo e ensinamentos, imprimir uma vibração mais profunda no serviço de cada judeu neste mês de Elul.
18 de Elul de 5369 (1609)
Falecimento do Maharal de Praga,
tetravô do Alter Rebe (1º Rebe de Chabad)
Rabi Yehuda Loewe, o Maharal de Praga, era membro de uma família nobre descendendo em linha direta do Rei David. Seu filho, Rabi Betsalel, teve um filho chamado Shemuel. O filho de Rabi Shemuel foi Rabi Yehuda Leib e seu neto, Rabi Moshe. O filho de Rabi Moshe se chamava Rabi Shneur Zalman, que era o pai de Rabi Baruch, pai do Alter Rebe.
Nascido em 5272 (1512), o Maharal de Praga tinha noventa e sete anos quando faleceu. Está enterrado em Praga.
18 de Elul de 5458 (1698)
Nascimento do Báal Shem Tov
O Báal Shem Tov, filho de Rabi Eliezer e Rebetsin Sara, nasceu numa segunda-feira, em 18 de Elul de 5458 (1698), na aldeia de Okup.
Seu nascimento e seus primeiros anos estão descritos com detalhes em outras obras. Segue-se uma nota escrita pelo Alter Rebe sobre a juventude do Báal Shem Tov, que somente veio à luz recentemente, e foi publicada no periódico Yagdil Torá nº 31(deve-se enfatizar que, nesta nota, há muitos detalhes sobre o Báal Shem Tov que diferem de outras tradições):
Há uma diferença de opinião entre Rabi Eliezer e os Sábios a respeito do Patriarca Avraham. Segundo um deles, ele tinha três anos quando se tornou cônscio da existência de D'us. De acordo com outro, isso não aconteceu até ele ter quarenta e oito anos. Sobre o Báal Shem Tov, por outro lado, todos concordam que ele O descobriu aos três anos.
Seu pai Rabi Eliezer tinha cem anos, e sua mãe Sara noventa, quando num sonho ouviu que deveria santificar-se, pois lhe nasceria um filho que seria uma luz para o povo judeu. Ele santificou-se e no devido tempo o Báal Shem Tov nasceu. Desde o começo, ele era diferente das outras crianças. Aos três meses já caminhava e falava como alguém muito mais velho.
Quando tinha um ano e meio perdeu seu pai que, antes de morrer, lhe disse: "Não tema ninguém, exceto o Eterno, bendito seja."
Um ano após o falecimento de seu pai, perdeu a mãe, Sara. Nesta época ele caminhava pela rua, sozinho, um cajado na mão, até que as pessoas da cidade começaram a tomar conta dele. Era destemido, percorrendo sozinho as florestas.
Na noite do seu terceiro aniversário, estava escuro lá fora e chovia torrencialmente. Ele pegou seu cajado e rumou para a floresta. Perguntaram a ele: "Como pode sair numa noite assim? Não há um fiapo de luz no céu!"
Ele respondeu: "Não temo a nada, exceto o Eterno, bendito seja."
Ele entrou na floresta, e ali viu uma casa grande e majestosa de onde emanava uma luz. Entrou na casa e percorreu sala por sala até chegar numa câmara na qual, ao redor de uma mesa, estavam reunidos muitos zombadores, todos mensageiros de Shamael. Perguntaram a ele:
"Como é possível que não tenha medo de entrar neste lugar?" Ele respondeu: "Não temo a nada, exceto o Eterno, bendito seja." Eles disseram: "Filho, não concorda que D'us abandonou o mundo?"
Ele começou a gritar: "Que todos os malfeitores sejam dispersados pelo vento!" Eles desapareceram no ar.
Até os dezoito anos ele estudou Torá com Achiya HaShiloni, e então recebeu o privilégio de estudar com Mashiach. Aos treze anos foi ensinado todos os Nomes de D'us, juntamente com suas formas alternadas, com a exceção de uma, que Achiya não lhe ensinou. Quando lhe perguntou o motivo, Achiya respondeu que também o desconhecia, pois este Nome tinha sido passado ao Anjo da Destruição, que se recusara a destruir o Templo, a menos que recebesse o Nome em garantia. Deste Nome dependia a chegada de Mashiach.
A partir desse momento, o Báal Shem Tov empreendeu uma busca por este Nome. Ele recebeu um aviso celestial: muitos tinham embarcado nesta busca, apenas para atraírem sobre si mesmos a destruição. Ele respondeu: "Não temo a nada, exceto o Eterno, bendito seja."
Então veio o Anjo da Destruição em pessoa e disse:
"Homem mortal e putrefato, antes deste dia eu tinha visitado o mundo apenas duas vezes, para destruir o Primeiro e o Segundo Templos. Que afronta é esta, para chamar-me uma terceira vez?"
Ele respondeu: "Não temo a nada, exceto o Eterno, bendito seja."
Com essa resposta ele conseguiu retirar o Nome do Anjo da Destruição…
Ao final desta narrativa, o Alter Rebe escreve: Tudo isso eu tive o mérito de escutar dos lábios do próprio Báal Shem Tov, numa visão que tive acordado.
O Rebe, Rabi Yossef Yitschac, escreve sobre esta descrição:
Ouvi de meu pai, em nome do Ancião de Radamisal – que era um dos que limpavam os livros e papéis antes de Pêssach na casa do Tsemach Tsedec – que havia uma gaveta contendo muitos manuscritos, papéis e cartas, e ele ali encontrou um longo bilhete, manuscrito pelo Alter Rebe. O fato acima narrado é o que ele se lembra de ter lido ali.
O Ancião de Radamisal disse que desejava fazer uma cópia deste documento e que já tinha preparado caneta e papel quando o "Maharil", filho do Tsemac Tsedec, entrou e lhe disse para não fazê-lo, pois Reb Hilel de Paritch já tinha feito isso e o papel se incendiara, consumindo muitos de seus próprios manuscritos, "Além disso" – acrescentou ele – "o Tsemac Tsedec não tolerará isso, e por este motivo ele se absteve de copiá-lo ele mesmo."
5484/1724
Achiya HaShiloni se revela ao Báal Shem Tov e lhe ensina Torá
Numa carta que endereçou ao seu pupilo, Rabi Yaacov Yossef HaKohen, o Báal Shem Tov escreve:
No dia do meu 26º aniversário, 18 de Elul de 5484 (1724) em Okup, à meia-noite, meu mestre, Achiya HaShiloni, revelou-se a mim. A primeira coisa que ele me ensinou foi a Parashat Bereshit.
Achiya HaShiloni ensinou o Báal Shem Tov durante dez anos. Ensinou-lhe a luz interior das duas Nogleh e Cabalá – como são ensinados no Gan Eden.
5494/1734
O Báal Shem Tov revela sua verdadeira grandeza
Em 18 de Elul de 5494/1734, após dez anos de instrução com Achiya HaShiloni, o Báal Shem Tov revelou-se, realizou milagres e lançou uma luz sobre aspectos ocultos – tudo a pedido e ordem de seu professor.
Em conexão com isso, ele escreveu:
Quando tínhamos completado o estudo de Torá – até suas palavras finais: "… à vista de todo Israel" – eu completei trinta e seis anos e fui revelado.
Durante seis anos ele tinha se recusado a fazê-lo e, em represália por isso, sua vida foi abreviada pelo mesmo período de tempo.
(veja mais em Sefer Hatoledot Báal Shem Tov, vol.I pág. 37ff)
5505/1745
O nascimento do Alter Rebe
Estando já casado com Rebetsin Rivka há dez meses e sem nenhum sinal de sua esposa engravidar, Rabi Baruch estava muito aborrecido. Após conversar com seu amigo, Rabi Yitschac Shaul, o casal decidiu viajar para ver o Báal Shem Tov.
Era costume do Báal Shem Tov fazer uma refeição festiva todos os anos a 18 de Elul, pelo seu aniversário, e falar palavras de Torá. Nesta ocasião, o Báal Shem Tov disse a Rabi Baruch: "Nesta data exata, você estará segurando seu filho nos braços."
Antes da partida de Rabi Baruch e Rebetsin Rivca de Mezibush, eles entraram na presença do Báal Shem Tov para receber sua bênção para uma viagem segura. Rebetsin Rivca, bastante animada, disse ao Báal Shem Tov:
"Quando D'us cumprir a sagrada bênção do Báal Shem Tov e formos de fato abençoados com um filho saudável, eu o dedicarei à Torá e ao serviço de D'us, segundo o caminho do Báal Shem Tov."
Ela assim reiterava a promessa feita por Chana, a mãe do Profeta Shemuel. O Báal Shem Tov os abençoou e eles partiram, o coração transbordando de alegria.
Na quarta-feira, 18 de Elul de 5505/1745, nasceu um filho para Rabi Baruch e Rebetsin Rivka. Recebeu o nome de Shneur Zalman, numa homenagem ao avô paterno.
No mesmo dia o Báal Shem Tov, ao voltar do micvê, estava tão feliz que seus alunos ficaram maravilhados. Nenhum deles, porém, ousou pedir uma explicação para tamanho júbilo. O próprio Báal Shem Tov liderou as preces, mais uma vez despertando neles admiração quando entoou a melodia de Yom Tov e mais ainda, quando omitiu a prece Tachanun geralmente recitada naquele dia. As preces terminaram, o Báal Shem Tov convidou os alunos para uma refeição de celebração e estava muito feliz durante todo o jantar:
"No quarto dia da Criação, as luminárias estavam suspensas no céu. Hoje, o quarto dia da semana, uma semana relacionada à Haftará ‘Desperta, reluza’, uma nova alma desceu ao mundo e irá iluminá-lo com a luz de Nigle e da Chassidut; uma alma que vai se oferecer para o bem da Chassidut e cujas realizações introduzirão a Era de Mashiach."
5508/1748
O Báal Shem Tov é o primeiro a cortar o cabelo do Alter Rebe quando este atinge a idade de três anos
Quando Rabi Baruch, pai do Alter Rebe, passou Rosh Hashaná de 5508/1747 com o Báal Shem Tov, informou a ele sobre o fato de que ele e sua esposa tinham decidido levar o filho, Shneur Zalman, no dia 18 de Elul seguinte, para que este tivesse o seu corte de cabelo em seu opsherenish. O Báal Shem Tov concordou, com a condição de que uma carruagem ficasse de prontidão para levá-lo imediatamente de volta para casa. Ele não queria que o Alter Rebe o conhecesse ou o reconhecesse, pois ele (o Alter Rebe) estava destinado a ser ligado ao Maguid de Mezeritch. Além disso, a mãe da criança, Rebetsin Rivka, e sua tia, Rebetsin Devora Lea, teriam de levar a criança até a sinagoga, assim que a prece de Shacharit estivesse concluída. Então, após o Báal Shem Tov lhe cortar o cabelo, eles deveriam voltar imediatamente para casa.
Na quarta-feira 18 de Elul, Rebetsin Rivka e sua cunhada, Rebetsin Devora Lea, chegaram a Mezibush, na casa do Báal Shem Tov. Este iniciou-o no costume de peyot e o abençoou com Bircat Cohanim. Ele lembrou às mulheres para voltarem imediatamente e a não dizerem nada sobre o lugar que tinham acabado de deixar, e lhes deu uma bênção para um ano bom, desejando-lhes boa viagem.
Durante todo o caminho de volta para casa o menino perguntou quem era aquele judeu que tinha cortado seu cabelo e arrumado suas peyot, e a mãe respondia: "Aquele era Zeide."
No mesmo dia, o Báal Shem Tov organizou uma seudá para seus discípulos e explanou a declaração dos Sábios sobre "aos três anos seu pai Avraham reconheceu a existência de D'us." Então ele disse:
A criança da Polônia [dotada com] uma alma especial, completa hoje três anos, e neste dia ele reconhece seu Criador. E assim como Avraham, ele será chamado a sacrificar-se para dar testemunho a um caminho do serviço Divino baseado em Sua Unidade e a consciência da Divina Providência. (chabad.org.br)
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9 de Av:
O dia 9 de Av, Tishá BeAv, celebra uma lista de catástrofes tão graves que é claramente um dia especialmente amaldiçoado por D'us. O Primeiro Templo foi destruído neste dia. Cinco séculos mais tarde, conforme os romanos se aproximavam do Segundo Templo, prontos para incendiá-lo, os judeus ficaram chocados ao perceber que o Segundo Templo foi destruído no mesmo dia que o Primeiro.
Quando os judeus se rebelaram contra o governo romano, acreditavam que seu líder, Shimon bar Kochba, preencheria suas ânsias messiânicas. Mas suas esperanças foram cruelmente destroçadas em 135 EC, quando os judeus rebeldes foram brutalmente esquartejados na batalha final em Betar. A data do massacre? Nove de Av, é claro!
Os judeus foram expulsos da Inglaterra em 1290 EC em, você já sabe, Tishá BeAv. Em 1492, a Idade de Ouro da Espanha terminou, quando a Rainha Isabel e seu marido Fernando ordenaram que os judeus fossem banidos do país. O decreto de expulsão foi assinado em 31 de março de 1492, e os judeus tiveram exatamente três meses para colocar seus negócios em ordem e deixar o país. A data hebraica na qual nenhum judeu mais teve permissão de permanecer no país onde tinha desfrutado de receptividade e prosperidade? A esta altura, você já sabe que é 9 de Av.
Pronto para mais? A Segunda Guerra e o Holocausto, concluem os historiadores, foi na verdade a conclusão arrastada da Primeira Guerra, que começou em 1914. E sim, a Primeira Guerra Mundial começou, no calendário hebraico, a 9 de Av - Tishá BeAv.
O que você conclui disso tudo? Os judeus vêem estes fatos como outra confirmação da convicção profundamente enraizada de que a História não ocorre por acaso; os acontecimentos - mesmo os terríveis - são parte de um plano Divino, e têm um significado espiritual. A mensagem do tempo é que há um propósito racional, muito embora não possamos entendê-lo.
Por que a Galut?
por Rabino Israel M. Altein
Baseado em discurso do Lubavitcher Rebe
Adaptado de Di Yiddishe Heim
Durante as Três Semanas, entre 17 de Tamuz e 9 de Av, todos os judeus choram a destruição do Bet Hamicdash e o subseqüente exílio.
O Talmud (Bavá Batrá, 99a) afirma, com referência aos querubins (figuras aladas com rostos de crianças) no Tabernáculo e no Templo Sagrado, que quando os judeus obedeciam à vontade de D’us, os querubins encaravam um ao outro. Contudo, quando os judeus desobedeciam à vontade de D’us, os querubins, como que por milagre, olhavam para lados opostos.
O Midrash declara que quando os inimigos adentraram o Santo dos Santos, o local mais sagrado do Templo, encontraram os querubins olhando um para o outro. Imediatamente, enviaram os querubins para todas as nações com a nota: "Vide o que esta nação adora!"
Mais uma vez nos defrontamos com uma aparente contradição. Quando o Templo Sagrado foi profanado e destruído –resultado da falta de empenho dos judeus no estudo e cumprimento das Leis Divinas da Torá – com certeza não era uma época de boa vontade Divina. Por que, então, estavam os querubins olhando um para o outro neste momento?
Para responder esta questão, devemos primeiro entender o conceito chassídico do propósito e significado do exílio.
D’us considera valioso suportarmos um exílio temporário – e uma ruptura externa nos relacionamentos – para que, afinal, sejamos capazes de absorver a grande revelação que acompanha a Redenção futura do povo judeu.
Ao analisar a seqüência de fatos do exílio, percebemos que o exílio não apenas nos ajuda a nos refinar, como também traz em si um significado profundo. Se todo o propósito do exílio fosse apenas remover as manchas da transgressão, seu desenvolvimento teria tomado uma direção contrária. Uma vez que estes pecados são gradualmente obscurecidos pelo sofrimento, deixando menos para ser perdoado, o exílio se tornaria progressivamente mais brando e fácil de suportar.
D’us considera valioso suportarmos um exílio temporário – e uma ruptura externa nos relacionamentos – para que, afinal, sejamos capazes de absorver a grande revelação que acompanha a Redenção futura do povo judeu.
Na verdade, contudo, descobrimos que o oposto é verdadeiro. Percebemos, com o passar do tempo, que houve um contínuo aumento na intensidade do exílio. Além do sofrimento físico e aflição, tem havido uma contínua diminuição na revelação Divina. Primeiro, a revelação e iluminação espirituais vieram através dos Tanaím – os sábios e gigantes espirituais do período da Mishná; mais tarde dos Amoraím – do período da Guemará. De geração em geração houve maior ocultação das forças Divinas até que hoje – quando, segundo os profetas, devemos esperar a Redenção – não há, em comparação, quase nenhuma revelação.
Este padrão de desenvolvimento na história do exílio deve ser visto como uma parte mais ampla do plano Divino no relacionamento entre D’us e Seu povo, cuja meta suprema é a revelação de uma nova "luz" e a máxima iluminação espiritual. À medida que a época da vinda de Mashiach se aproxima, o exílio continua a crescer em força.
Agora podemos compreender a afirmação do Midrash de que os não-judeus, ao adentrarem o Santo dos Santos, encontraram os querubins olhando um para o outro. Era o desejo de D’us que os judeus coletivamente construíssem para Ele um Santuário, onde Seu poder infinito, santidade e glória estivessem em estado de constante revelação. (É claro, cada judeu recebe individualmente a mais importante missão, de fazer de seu próprio corpo e de seu próprio lar um santuário para a Presença Divina, por meio do estudo de Torá e cumprimento das mitsvot.)
A câmara interna do Santuário, por ser o lugar mais sagrado do Universo, onde a própria essência de D’us Se manifestava, refletiria os mais recônditos sentimentos e intenções, por assim dizer, de D’us. Uma vez que a destruição do Templo Sagrado e subseqüente exílio eram, essencialmente, um prelúdio para revelações maiores, os querubins, que retratavam o "humor" Divino, olhavam um para o outro, salientando o fato de que o exílio subseqüente era realmente resultado da benevolência e boa vontade Divinas.
Estas idéias devem permanecer em nossa mente e ser aplicadas a nossas atitudes diárias.
Apesar do fato de que o exílio aumentou em força, até que atualmente o mundo é amplamente dominado pelo materialismo (um dos aspectos da Era pré-Messiânica, como previsto pela Mishná, Sotá, 9:15), não devemos nos alarmar, sabendo que a "escuridão" intensificada é causada por nossa aproximação da "luz" da Redenção. (Fonte: www.chabad.org.br)
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Shavuot este ano - 2020 - é celebrado 28 de maio - 30 de maio. Para costumes de Shavuot clique aqui
O que é Shavuot?
Shavuot é o segundo dos três maiores Dias Festivos (Pêssach é o primeiro e Sucot o terceiro), e vem exatamente cinqüenta dias após Pêssach. A Torá foi outorgada por D'us ao povo judeu no Monte Sinai há mais de três mil e trezentos anos. Todos os anos, neste dia, renovamos nossa aceitação do presente de D'us.
A palavra Shavuot significa "semanas": assinala a compleição das sete semanas entre Pêssach e Shavuot (o período do ômer), durante o qual o povo judeu preparou-se para a Outorga da Torá. Durante este tempo, purificou-se das cicatrizes da escravidão e tornou-se uma nação sagrada, pronta a entrar em uma aliança eterna com D'us, com a Outorga da Torá.
Shavuot também significa "juramentos". Com a Outorga da Torá, o povo judeu e D'us trocaram juramentos, formando um pacto duradouro de não abandonar um ao outro.
O que e a Torá?
A Torá é composta de duas partes: a Lei Escrita e a Lei Oral. A Torá escrita contém os Cinco Livros de Moshê, os Profetas e os Escritos. Juntamente com a Torá Escrita, Moshê recebeu também a Lei Oral, que explica e esclarece a Lei Escrita. Foi transmitida oralmente de geração a geração e finalmente transcrita no Talmud e Midrash.
A palavra "Torá" significa instrução ou orientação. A palavra "mitsvá" significa tanto mandamento como conexão. Há 613 mandamentos. Os positivos (Faça), totalizando 248, são equivalentes ao número de órgãos no corpo humano. Os 365 negativos (não faça) são equivalentes ao número de vasos sanguíneos no corpo humano).
Através do estudo de Torá e cumprimento das mitsvot conectamos a nós e ao ambiente a D'us. O propósito de D'us ao criar o mundo é para que santifiquemos toda a Criação, imbuindo-a de santidade e espiritualidade.
O papel dos filhos
Nossos Sábios disseram que antes que D'us desse a Torá ao povo judeu, Ele exigiu avalistas. Os judeus fizeram várias sugestões, todas rejeitadas por D'us, até que declararam "Nossos filhos serão nossa garantia de que o povo judeu prezará e observará a Torá." D'us aceitou imediatamente, e concordou em dar a Torá.
Quando a Torá é lida na sinagoga em Shavuot, D'us na verdade está outorgando novamente a Torá. Portanto cada judeu, homem ou mulher, e especialmente as crianças, deveriam fazer todos os esforços para estarem presentes em uma sinagoga na quarta-feira, 26 de maio, quando os Dez Mandamentos são lidos.
A Outorga da Torá
A Outorga da Torá foi um evento de grande alcance espiritual - que tocou a essência da alma judaica na ocasião e para todo o sempre. Nossos Sábios a compararam a um casamento entre D'us e o povo judeu. Um dos muitos nomes de Shavuot é o Dia do Grande Juramento, (a palavra shavua significa também juramento). Neste dia, D'us jurou-nos eterna devoção, e nós também prometemos lealdade eterna a Ele.
Neste dia recebemos um presente do Alto, que não teríamos conseguido com nossas limitadas faculdades. Recebemos a habilidade de atingir e tocar o Divino; não apenas para sermos seres humanos refinados, mas seres humanos Divinos, capazes de se elevar acima e além das limitações da natureza.
Por que a Tora não foi outorgada em Israel?
A Torá foi outorgada livremente, em um local público sem proprietário. Se tivesse sido outorgada na terra de Israel, as nações do mundo diriam que não têm uma porção nela. Qualquer povo que a deseje aceitar é bem vindo a fazê-lo.
Por que o Monte Sinai foi escolhido para ser o local para a Outorga da Torá? A resposta convencional é que a escolha do Monte Sinai foi para ensinar-nos a humildade, pois o Monte Sinai era a mais humilde de todas as montanhas. Se é assim, por que não foi dada em um vale profundo? Não seria esta uma lição mais forte sobre a humildade?
Daí, aprendemos que um judeu deve ser capaz de distinguir entre ser orgulhoso e ser arrogante. A arrogância é de mau gosto. Orgulhar-se de suas raízes é uma virtude. Portanto, a Torá foi outorgada em uma humilde montanha.
Nomes adicionais de Shavuot
Shavuot é também chamado de Atsêret, que significa a Compleição, porque juntamente com Pêssach, completa uma unidade. Ganhamos nossa liberdade em Pêssach a fim de recebermos a Torá em Shavuot.
Outro nome para Shavuot é Yom Habicurim, ou o Dia dos Primeiros Frutos. Numa expressão de agradecimento a D'us, começando em Shavuot, cada fazendeiro na terra de Israel levava ao Templo Sagrado uma oferenda do primeiro trigo, cevada, uvas, figos, romãs, azeitonas e tâmaras que cresciam no campo.
Finalmente, Shavuot é também chamado Chag Hacatsir, a Festa da Colheita, porque o trigo, o último dos grãos a ficar pronto para ser cortado, era colhido nesta época do ano.
Estudando na noite de Shavuot
Na primeira noite de Shavuot os judeus de todo o mundo cumprem o costume milenar de conduzir uma vigília que dura toda uma noite, dedicada ao estudo de Torá. Uma explicação para esta tradição é que o povo judeu não se levantou cedo no dia em que D'us concedeu a Torá, e foi necessário que o próprio D'us os despertasse. Como uma compensação por seu comportamento, os judeus adotaram o costume de permanecerem acordados durante toda a noite.
Veja: Estudos a noite inteira
Os Dez Mandamentos
Shavuot é o dia no qual celebramos a grande revelação da Outorga da Torá no Monte Sinai, no ano 2448. Você ficou ao pé da montanha. Seus avós e bisavós antes deles. As almas de todos os judeus de todos os tempos juntaram-se para ouvir os Dez Mandamentos, transmitidos pelo próprio D'us.
Compareça até sua sinagoga para ouvir os Dez Mandamentos e reafirmar o pacto com D'us e Sua Torá.
Como todos nós ficamos no Monte Sinai, devemos confirmar nosso compromisso. Bebês, crianças, os idosos, todos que estiverem em condições deverão comparecer.
O Livro de Ruth
Em muitas sinagogas lê-se o Livro de Ruth no segundo dia de Shavuot. Há vários motivos para este costume:
A - Shavuot é a data de nascimento e yahrzeit (dia de falecimento) do Rei David, e o Livro de Ruth registra sua ancestralidade. Ruth e seu marido Boaz foram os bisavós do Rei David.
B - As cenas de colheita, descritas no Livro de Ruth, são apropriadas ao Festival da Colheita.
C - Ruth foi uma convertida sincera que abraçou o judaísmo de todo o coração. Em Shavuot, todos os judeus foram como convertidos, tendo aceitado a Torá e todos seus preceitos.
Adornando a casa com folhagens e flores
Em Shavuot costuma-se enfeitar a casa e a sinagoga com frutas, flores e folhagens. O motivo disso é que na época do Templo Sagrado, os primeiros frutos da colheita eram oferecidos em Shavuot. Nossos Sábios relatam também que, embora o Monte Sinai se localizasse em um deserto, quando a Torá foi outorgada a montanha floresceu e muitas flores brotaram. (chabad.org.br)